SEJA BREVE...E MEMORÁVEL O poder das narrativas curtas e impactantes
Vivemos na era em que a atenção dura menos que um vídeo do TikTok.
No Instagram, nossa essência - capturada na minibio - precisa caber em 150 caracteres. No LinkedIn, uma trajetória profissional em 2.600 caracteres já é considerada um textão e desafia o foco do leitor. Vídeos são acelerados para não perder o telespectador. Já nos acostumamos com as vozes distorcidas nos áudios no WhatsApp em velocidade dobrada. Aliás, quem nunca chamou uma mensagem de dois minutos de podcast?
Essa avalanche de informações a que estamos submetidos estabeleceu uma lei: se não for rápido e envolvente, não sobrevive. O desafio não é apenas ser ouvido, mas ser compreendido antes que a mente volúvel pule para a próxima notificação. Por isso, a concisão virou uma habilidade essencial, uma softskill. E o conceito de tempo valer ouro nunca foi tão palpável.
Nesse contexto, ser direto - sem ser superficial - é ser estratégico. Portanto cada palavra conta.
Quem consegue transmitir a essência de uma mensagem em poucas frases ou minutos não só ganha a atenção, mas também o engajamento de um público cada vez mais exigente e distraído.
Mas, cuidado, concisão não basta. É preciso também ser impactante.
Se concisão permite transmitir mensagens de forma clara e eficiente, o impacto garante que a mensagem seja memorável. A combinação dessas duas qualidades é a chave para conquistar a atenção em uma realidade saturada de estímulos.
O poder do conto em um mundo sem tempo
Se pegarmos emprestados os conceitos das técnicas de escrita, veremos que existem tipos de narrativas:
Romance: narrativa longa e complexa, com vários personagens, tramas e subtramas.
Novela: narrativa mais curta que um romance, com foco em uma trama principal e um número limitado de personagens.
Crônica: narrativa breve e informal, que aborda fatos do cotidiano.
Conto: narrativa curta, centrada em um único conflito ou acontecimento, com poucos personagens e um desfecho rápido e impactante.
Na condição de especialistas em narrativas e expressão, nós, da StoryTalks, entendemos que as características do conto podem ajudar a construir essa narrativa ideal para a atualidade: rápida e forte o suficiente para capturar de vez o público.
O conto não existe para simplesmente narrar algo, seu objetivo é provocar um efeito. Todo o texto (falado ou escrito) está a serviço de uma emoção. E, como sabemos, emoção conecta e engaja. O conto tem precisão nas palavras. Sua lógica é ter o maior sentido possível no menor conteúdo apresentado.
Veja esse exemplo:
“Caiu da escada e foi para o andar de cima.”
Nesse miniconto, a escritora Adrienne Myrtes lança mão de figuras de linguagem, como o eufemismo, para brincar com a gramática, criando um texto curto e, ao mesmo tempo, impactante.
O texto traz mais que a informação “caiu e morreu”. O impacto produzido pela escolha das palavras e pela ambiguidade - já que não se pode cair para cima - faz com que o leitor fique conectado ao fato, querendo explorar mais essa história: quem era a pessoa que morreu? Em quais circunstâncias caiu?
A questão é como aproveitar esse princípio do conto e o conceito de “menos é mais” também nas narrativas que temos que construir todos os dias para vender o nosso trabalho, produto, ideia?
Dentre tantos acontecimentos na nossa vida, como escolher qual vai proporcionar uma conexão com o público?
Estratégias para ser conciso e impactante:
Priorize a mensagem principal: identifique o ponto central que você deseja transmitir e concentre-se nele. Foque em um conflito central, avalie como esse conflito foi superado e destaque a transformação gerada por essa superação.
Use linguagem clara e direta: evite jargões e palavras desnecessárias.
Seja criativo e original: foque em conceitos inovadores e abordagens únicas
Use a emoção a seu favor: durante a apresentação, tom de voz, pausas estratégicas e expressões faciais ajudam a reforçar sua mensagem.
Adapte-se ao público: conheça quem está ouvindo e ajuste sua abordagem para manter a relevância e o engajamento.
Edite: revise seu trabalho e elimine qualquer informação irrelevante.
Uma narrativa eficaz não está na quantidade de informações, mas na escolha inteligente do que contar e como contar. Ao dominar a arte de destacar os momentos impactantes de uma história - não tendo pena de descartar o que não ajuda a provocar o efeito desejado - é possível criar uma comunicação poderosa, envolvente e direta ao ponto.
Seja em uma palestra, uma apresentação, em uma reunião, uma aula ou em uma conversa, lembre-se: o público se conecta com histórias bem contadas, que gerem emoções – não com narrativas longas, repletas de detalhes que só cansam e distraem.
Como dissemos, estamos sempre contando e ouvindo histórias. Na hora de contar a sua, não perca a chance de ser inesquecível.
Aproveite essas dicas! Elas podem ajudar a conquistar não só atenção, mas também afeto! Já pensou?
Agora, que tal dividir aqui com a gente como você tem se saído quando precisa estabelecer uma conexão com um público?
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